domingo, 22 de setembro de 2013

As Pescas na História.

As Pescas na história

Antiga pesca egípcia
Desde que há memória que a pesca sempre fez parte das culturas humanas, não só como fonte de alimento, mas também como modo de vida, fornecendo identidade a inúmeras comunidades, e como objeto artístico. A Bíblia tem várias referências à pesca e o peixe tornou-se um símbolo dos cristãos desde os primeiros tempos.
Uma das atividades com uma história mais longa é o comércio de bacalhau seco entre o norte e o sul da Europa, que começou no tempo dos vikings há mais de 1000 anos.
Segundo os pescadores a Lua exerce influência na pesca, assim podemos classificar as fases da Lua da seguinte forma: lua cheia – ótima para pesca; lua minguante – boa para pesca; lua nova – ótima para pesca e lua crescente – regular para pesca. Veja o calendário [1] de pesca.

Importância econômica

Apesar de ser um alimento de excepcional valor nutritivo, nem sempre o pescado recebe valor proporcional no mercado.
O Brasil, com 5 kg de consumo per capita, não tem valores condizentes com o de um país de sete mil e quinhentos quilômetros de costa e imensas bacias hidrográficas. Para efeito comparativo, o índice anual do Senegal é de 37 kg, o do Canadá de 16 kg e o do Japão de 65 kg.

Métodos

Pesca recreativa - Arandu-SP-Brasil
A forma mais simples da pesca é um indivíduo isolado com uma canoa ou uma rede de pesca. Não só como atividade recreativa - proporcionando um enorme comércio em muitos países desenvolvidos -, mas também como pesca de subsistência nos países menos desenvolvidos, esta forma de pesca continua a ser muito importante em todo o mundo.
Mas a forma mais usual de pescar é com o auxílio de embarcações, começando com a jangada de papiros do Egito ou a piroga ou canoa de tronco escavado, ainda hoje a principal plataforma de pesca em muitos países menos desenvolvidos, passando pela voadeira e pelos barcos à vela, até aos enormes barcos-fábrica responsáveis pela produção de atum e equipados com a mais moderna tecnologia, desde helicópteros para a detecção dos cardumes, até receptores de informação de satélites, que lhes indicam a posição exata, a temperatura da água do mar, etc.

Pesca de linha

Pesca à linha na ilha Anticosti, Canadá.
A pesca com linha e anzol, parecendo simples, continua a ser uma das principais formas de capturar peixe. Pelo fato do material ser de fácil aquisição, é o principal método de pesca de subsistência em rios, lagos ou junto à costa. No entanto, várias pescarias industrializadas usam este método, quer com a chamada linha-de-mão, em que cada pescador segura na mão uma linha na extremidade da qual se colocam várias linhas secundárias cada uma com o seu anzol, até aos palangres de vários quilómetros de comprimento com que se pescam os atuns de profundidade. Ainda muito praticado mas com menos adeptos é a pesca com mosca ou fly fishing em Inglês.
A pesca de anzol é ainda um esporte muito praticado no mundo. Veja um exemplo de pesca esportiva no Brasil, observe que na pesca esportiva o pescador tem que tomar muito cuidado para não machucar o exemplar tornando-o incapacitado de sobreviver, portanto deve-se retirar as fisgas dos anzóis para evitar que o peixe fique machucado seriamente. Veja o vídeo [2] amador de um garoto de 13 anos praticando pesca esportiva.

Pesca de emalhe

Outra forma de pescar relativamente simples é a rede de emalhar - na sua forma mais simples, um retângulo de rede com flutuadores numa extremidade e pesos na oposta, que é lançada à água num local onde se saiba haver cardumes de peixe a nadar, os quais ficam "emalhados" ou seja presos nas malhas da rede, normalmente pelos espinhos ou opérculo. No entanto, este método tem muitas variantes, a mais perigosa das quais - para a fauna marinha e para a própria navegação - é a rede-derivante, que também pode ter vários quilómetros de extensão e pode perder-se, continuando a matar peixes que depois não são aproveitados e até mamíferos marinhos; para além disso, estas redes são praticamente invisíveis e um navio que passe por uma destas redes perdidas pode ficar com a hélice imobilizada. Por estas razões, este método de pesca foi banido em vários países do mundo.

Pesca de cerco

Pescadores de Sesimbra puxando a rede.
Barco de pesca utilizado na pesca de cerco
Algumas variantes da rede de emalhar deram origem às redes de cerco: a rede é colocada em volta de um cardume e o cabo do fundo pode ser puxado até formar um saco onde todo o peixe fica aprisionado. Esta forma de pescar é utilizada tanto em nível artesanal - na região norte de Moçambique estas redes são fechadas por 4-5 mergulhadores, em águas baixas - como em nível industrial, por exemplo, para algumas espécies de atum que formam cardumes à superfície do mar.

Pesca com armadilhas

As armadilhas de diversos tipos são também métodos de pesca muito populares desde tempos imemoriais. Na região Indo-Pacífica, quer dizer nas zonas tropicais e subtropicais dos oceanos Índico e Pacífico, os pescadores locais constroem gaiolas em forma de V com ripas de bambu ou de folhas de palmeira, colocam-nas perto de rochas ou recifes de coral e conseguem capturar peixes de grande valor comercial. Em Portugal existe uma pesca tradicional para cefalópodes (principalmente polvo) com alcatruzes (que são recipientes de barro, normalmente presos em número variável a linhas suspensas na água) ou "covos" que são gaiolas fabricadas de arame ou fibras vegetais. Os "covos" são bastante utilizados na costa norte portuguesa (Matosinhos, Labruge, Vila Chã, Mindelo, Vila do Conde e outras). Estas artes de pesca, como se designam os instrumentos utilizados diretamente na captura de peixe e outros animais aquáticos, pertencem ao grupo das chamadas artes passivas, uma vez que é o próprio animal que as procura, normalmente como refúgio, ficando nelas aprisionado.
Ao nível industrial, há pescarias que utilizam gaiolas, construídas em plástico ou rede segura numa armação metálica, que podem ser colocadas em grandes números e em qualquer profundidade, presas a um cabo. Estas gaiolas provocam um problema semelhante ao das redes de emalhar derivantes, pois podem perder-se e continuar a matar peixes ou outros organismos, sem nenhum benefício, nem para o homem, nem para os próprios recursos pesqueiros.

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